Nunca Mandeville esteve tão errado. Não foi o vício do Chile que o fez avançar, foram as suas virtudes. Não foi o medo, foi a solidariedade. Não foi a opressão, foi a igualdade. E não foi Pinochet, foi Allende.
11 de Setembro de 1973. As Forças Armadas Chilenas, comandadas por Augusto Pinochet, tomam de assalto o Governo democrática e livremente eleito, três anos antes, de Salvador Allende.
Allende consegiu o que mais ninguém conseguiu. Declarando-se assumidamente Socialista, foi pela força do voto e não pela vontade da arma que chegou ao poder. Após assumir o poder, lançou inúmeros planos de nacionalizações e de desenvolvimento do sistema educativo e de saúde, a reforma agrária, várias obras públicas, programas de distribuição de alimentos e de atribuição de subsídios aos mais carenciados, e aumentou os salários. A inflação desceu bastante, os salários e o poder de compra dos chilenos subiram. De 23%, o indice de pobreza desceu para 12%, em 3 anos. A iliteracia desceu de 12% em 1970 para 10,8% em 1972. Em dois anos, 12% de crescimento industrial, 8,6% de crescimento do PIB, e 3,8% de desemprego. Mas depois, Nixon mandou a “economia gritar”. Um ataque vil à economia Chilena levou à inflação vertiginosa da sua moeda. Através do apoio financeiro a grupos de direita e de extrema-direita, lançou o caos social. Tentou, sem sucesso, que diversos chefes militares tomassem o poder através de um Golpe de Estado. Inclusive tiveram mão no assassinato, em 1972, de Rene Schneider, Chefe das Forças Armadas Chilenas, um constitucionalista que não aceitou as pressões dos EUA. Curiosamente, foi no Golpe de Estado que teve sucesso que os EUA não tiveram acção nem directa nem indirecta.
Em pouco tempo, Augusto Pinochet conseguiu destruir todas as conquistas sociais do Chile e semeou um terror e uma opressão sem precedentes. Em cinco anos, já metade dos Chilenos era pobre. Em 17 anos, 1200 desaparecidos, 40 mil presos políticos, torturados e encarcerados, 3000 mortes. E isto são os números que se sabem...
A via de Allende não se impunha através do medo e da opressão como a de alguns dos seus pares socialistas. Não achava que era necessário controlar a oposição e reprimir os insurgentes para manter o poder; não acreditava que fosse à força que se tomava o poder. Poderá ser dito que, deste modo, ele não o consegiu manter. Não é totalmente verdade. É que a força dos homens não se vê apenas quando eles empunham uma arma, mas nas suas ideias. Allende tinha muita força, e, se cometeu um erro, foi o de ser solidário, o de acreditar que o progresso é uma condição natural do homem, uma lei da natureza, que a utopia não está assim tão longe. Não creio que tenha cometido um erro. Creio, sim, que há homens que não sabem o seu lugar na história, cujo seu dogmatismo cego não semeia o progresso, mas o medo, e que o segundo não é um pré-requisito para o primeiro.
Allende estava no lado da democracia, da liberdade, da justiça, da solidariedade. Estava no lado e ao lado do povo. Allende esteve e está no lado certo da história.
11 de Setembro de 1973. As Forças Armadas Chilenas, comandadas por Augusto Pinochet, tomam de assalto o Governo democrática e livremente eleito, três anos antes, de Salvador Allende.
Allende consegiu o que mais ninguém conseguiu. Declarando-se assumidamente Socialista, foi pela força do voto e não pela vontade da arma que chegou ao poder. Após assumir o poder, lançou inúmeros planos de nacionalizações e de desenvolvimento do sistema educativo e de saúde, a reforma agrária, várias obras públicas, programas de distribuição de alimentos e de atribuição de subsídios aos mais carenciados, e aumentou os salários. A inflação desceu bastante, os salários e o poder de compra dos chilenos subiram. De 23%, o indice de pobreza desceu para 12%, em 3 anos. A iliteracia desceu de 12% em 1970 para 10,8% em 1972. Em dois anos, 12% de crescimento industrial, 8,6% de crescimento do PIB, e 3,8% de desemprego. Mas depois, Nixon mandou a “economia gritar”. Um ataque vil à economia Chilena levou à inflação vertiginosa da sua moeda. Através do apoio financeiro a grupos de direita e de extrema-direita, lançou o caos social. Tentou, sem sucesso, que diversos chefes militares tomassem o poder através de um Golpe de Estado. Inclusive tiveram mão no assassinato, em 1972, de Rene Schneider, Chefe das Forças Armadas Chilenas, um constitucionalista que não aceitou as pressões dos EUA. Curiosamente, foi no Golpe de Estado que teve sucesso que os EUA não tiveram acção nem directa nem indirecta.
Em pouco tempo, Augusto Pinochet conseguiu destruir todas as conquistas sociais do Chile e semeou um terror e uma opressão sem precedentes. Em cinco anos, já metade dos Chilenos era pobre. Em 17 anos, 1200 desaparecidos, 40 mil presos políticos, torturados e encarcerados, 3000 mortes. E isto são os números que se sabem...
A via de Allende não se impunha através do medo e da opressão como a de alguns dos seus pares socialistas. Não achava que era necessário controlar a oposição e reprimir os insurgentes para manter o poder; não acreditava que fosse à força que se tomava o poder. Poderá ser dito que, deste modo, ele não o consegiu manter. Não é totalmente verdade. É que a força dos homens não se vê apenas quando eles empunham uma arma, mas nas suas ideias. Allende tinha muita força, e, se cometeu um erro, foi o de ser solidário, o de acreditar que o progresso é uma condição natural do homem, uma lei da natureza, que a utopia não está assim tão longe. Não creio que tenha cometido um erro. Creio, sim, que há homens que não sabem o seu lugar na história, cujo seu dogmatismo cego não semeia o progresso, mas o medo, e que o segundo não é um pré-requisito para o primeiro.
Allende estava no lado da democracia, da liberdade, da justiça, da solidariedade. Estava no lado e ao lado do povo. Allende esteve e está no lado certo da história.
João Silva
3º ano, Licenciatura em Ciência Política
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