Nos últimos tempos
tenho ouvido ataques cerrados aos professores que, dizem, utilizam os seus
alunos como “escudos”. Curiosamente, quem disfere tais ataques, são os mesmos
que se estão pouco nas tintas para os alunos, preocupados apenas com os cortes
orgásmicos nas suas tabelas de Excel.
Nessa sua hipocrisia de
defensores dos estudantes, e julgando-se paladinos da verdade, julgam que as
greves só são permitidas quando o Governo não usa a sua camisola
politico-partidária. Os mesmos que há uns anos exortavam e apelavam à
contestação, se fosse essa a vontade popular.
E qual é hoje a defesa
dos alunos com que hoje nos presenteiam? Será que quando se aumenta o número de
alunos por turma, é defesa dos alunos? Quando se despedem (ou requalificam,
como preferirem) milhares e milhares de professores, é defesa dos alunos? Quando
se corta em apoios e recursos educativos, é defesa dos alunos? Aumentar carga
horária é defesa dos alunos?
Os professores estão em
greve para combater tudo isso. Baixar os braços e não se manifestar é pactuar
com a destruição da escola pública e deixar o Governo seguir incólume. Ninguém
está a lutar por privilégios, mas sim por melhores condições laborais. Quem
luta por essas melhores condições, luta por uma melhor Educação e,
consequentemente, luta por melhores condições para os alunos. Se essa luta tem
de ser feita em dia de exame, que o seja;
é o resultado do obscurantismo e a falta de respeito com que o Governo
tratou deste processo.
A integridade nestes
dias não se distingue entre quem faz e quem não faz greve. Conheço professores
bastante íntegros que apesar de formalmente fazerem greve, estarão presentes nos
dias dos exames com os seus alunos. Como se nada fosse.
Estou solidário.
Principalmente com aqueles professores que tantas esperanças depositaram neste
Governo e neste Ministro da Educação, e que agora mostram fibra e coragem
intelectual para admitir que as suas crenças mais justificadas carecem, mais
que nunca, de fundamento.
A esses e a todos os
outros, o meu mais sincero obrigado por me defenderem a mim e às gerações mais
novas que a minha. Quem defende mais e melhor Educação, defende um país
inteiro.
João
Martins
1º
Ano, Ciência Política
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