sexta-feira, 14 de junho de 2013

Da falta de Educação



Nos últimos tempos tenho ouvido ataques cerrados aos professores que, dizem, utilizam os seus alunos como “escudos”. Curiosamente, quem disfere tais ataques, são os mesmos que se estão pouco nas tintas para os alunos, preocupados apenas com os cortes orgásmicos nas suas tabelas de Excel.

Nessa sua hipocrisia de defensores dos estudantes, e julgando-se paladinos da verdade, julgam que as greves só são permitidas quando o Governo não usa a sua camisola politico-partidária. Os mesmos que há uns anos exortavam e apelavam à contestação, se fosse essa a vontade popular.

E qual é hoje a defesa dos alunos com que hoje nos presenteiam? Será que quando se aumenta o número de alunos por turma, é defesa dos alunos? Quando se despedem (ou requalificam, como preferirem) milhares e milhares de professores, é defesa dos alunos? Quando se corta em apoios e recursos educativos, é defesa dos alunos? Aumentar carga horária é defesa dos alunos?

Os professores estão em greve para combater tudo isso. Baixar os braços e não se manifestar é pactuar com a destruição da escola pública e deixar o Governo seguir incólume. Ninguém está a lutar por privilégios, mas sim por melhores condições laborais. Quem luta por essas melhores condições, luta por uma melhor Educação e, consequentemente, luta por melhores condições para os alunos. Se essa luta tem de ser feita em dia de exame, que o seja;  é o resultado do obscurantismo e a falta de respeito com que o Governo tratou deste processo.
A integridade nestes dias não se distingue entre quem faz e quem não faz greve. Conheço professores bastante íntegros que apesar de formalmente fazerem greve, estarão presentes nos dias dos exames com os seus alunos. Como se nada fosse.

Estou solidário. Principalmente com aqueles professores que tantas esperanças depositaram neste Governo e neste Ministro da Educação, e que agora mostram fibra e coragem intelectual para admitir que as suas crenças mais justificadas carecem, mais que nunca, de fundamento.

A esses e a todos os outros, o meu mais sincero obrigado por me defenderem a mim e às gerações mais novas que a minha. Quem defende mais e melhor Educação, defende um país inteiro.



João Martins
1º Ano, Ciência Política

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