quarta-feira, 17 de abril de 2013

No canto de um pássaro


A Venezuela conheceu hoje, dia 15 de Abril de 2013, o seu novo líder, Nicolás Maduro.
Sem querer pôr em causa a veracidade das eleições, que quanto a mim apresentaram condições satisfatórias no que toca ao acto de votar, quero deixar o meu lamento à forma irrisória com que Maduro levou a cabo a sua campanha.


Foto: cartacapital.com.br

Nunca assisti a nada parecido. Utilizou todas as ferramentas que tinha ao seu alcance para conquistar o voto do eleitorado: recorreu ao sentimentalismo causado pela morte de Chávez, utilizando o seu ex-líder como objecto eleitoral, recorreu à personificação de um pássaro para justificar a sua vontade de vencer, pássaro esse encarnado pelo ex-líder do país. Fez campanha no dia antecedente às eleições e contou com 14 (não, não me enganei!) fotografias suas no mesmo boletim de voto, contra uma do principal opositor.



A democracia não se esgota no acto eleitoral. A democracia transcende qualquer ideologia política e coloca no povo o direito e dever de eleger, de livre e espontânea vontade, o seu futuro líder. A democracia permite que o povo pense por si, sem qualquer tipo de limitação por parte dos candidatos. Em tudo Maduro desrespeitou os valores da democracia que proclama, que acredita ou quer fazer acreditar ter no seu país.
Só nos resta esperar, nada mais há a fazer se não recostar-mo-nos numa cadeira e observar a política que Maduro apresentará. Será que continuará a invocar Chávez, sempre que quiser tomar alguma medida? Ou será que agora que venceu, por margem mínima diga-se, se esquece do ex-líder?



Respostas concretas não tenho. Talvez um dia, num futuro próximo, estas me apareçam no canto de
um pássaro!

Fontes: Carlos Garcia Rawlins / Reuters / LatinStock
Tiago Sousa Santos
1º ano, Ciência Política

O artigo publicado é da exclusiva responsabilidade do seu autor.

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