Ao ouvir o discurso do mais
recente Secretário-Geral da União Geral dos Sindicatos, Carlos Silva, fui
assaltado pela certeza de que tinha de escrever algo sobre este homem. Um
discurso motivador, irreverente, emotivo, assertivo, de esperança e sem dúvida
de mudança! Desde a lágrima no canto do seu olho, até à sua citação de Miguel
Torga, em todas as suas palavras, o seu discurso transbordava confiança, paixão
e decisão!
O até então Presidente do
Sindicato dos Bancários do Centro, militante do PS desde os seus 18 anos, tem
já um vasto percurso político e sindical. Passou pela JS, pela FAUL, e por
vários sindicatos, desempenhando em todas as associações, cargos de relevo,
fruto da sua entrega aos mesmos e à sua capacidade de liderança. Apresentou a
sua candidatura a Secretário-Geral e foi alvo da maior unanimidade eleitoral da
Intersindical, com cerca de 89% dos votos dos delegados. Uma vitória histórica.
Os tempos que vivemos não são
fáceis, todos o sabemos, somos constantemente assolados pela incerteza e
instabilidade governativa, económica e social. Tempos estáveis e seguros são
agora uma mera miragem de um futuro distante. Com tantas mudanças é igualmente
necessário adaptarmo-nos a ela com uma nova postura, combativa e resiliente.
Assim o demonstra ser Carlos Silva. O antigo Secretário- Geral, João Proença,
esteve à frente da Intersindical aproximadamente duas décadas. Para mim, este
personifica a antiga postura que agora, mais do que nunca, é necessário
reverter. É crucial sair da zona de conforto, arregaçar as mangas e lutar!
Esta não é uma altura em que se
fecha um ciclo, mas sim onde começa um novo, mais forte, rejuvenescido, com
força e vontade para lutar pelos direitos dos trabalhadores, no qual, Carlos
Silva, afirma estar disposto a andar na rua, ao lado dos trabalhadores sempre
que necessário, reforçando que “a rua é a sede do povo”, e fazendo a promessa
de ir para as ruas com Abril e Maio. Apontado por muitos como sendo um homem
mais à esquerda do que foi João Proença, firma que não irá vacilar se tiver de
escolher entre a defesa dos trabalhadores ou os credores estrangeiros que emprestam
dinheiro, pois não há espaço para o fazer, é hora de tomar decisões e agir! É
esta força e este vigor coimbrã que o levaram até onde este se encontra e que
me levam a admirá-lo, pois tal como eu, também Marcelo Rebelo de Sousa, seu
antigo professor, o recorda com um sorriso, lembrando-se de quando o mesmo era seu
aluno.
Agora em frente à UGT, não ocupa
meramente um cargo, enfrenta sim um desafio, que em nada será fácil. Está
disponível para o diálogo e a concertação social, mas não a qualquer preço. Terá
então de coordenar a sua acção com os interesses e necessidades dos trabalhadores
juntamente com os partidos políticos. Um papel de mediador que acaba muitas
vezes por ser o mais ingrato e complicado de desempenhar. Mas tenho a certeza
que Carlos Silva, com a força da Intersindical atrás de si, conseguirá trazer
aos trabalhadores o que a eles pertence, através da sua luta pelo fim do
despotismo político e por uma sociedade mais igualitária, fazendo jus aos
direitos valorosamente conquistados em 1974.
André Rosa
1º ano, Ciência Política
O artigo publicado é da exclusiva responsabilidade do seu autor.
André....Intersindical é o nome da CGTP.... a outra central sindical...
ResponderEliminarOlá Zé Carlos! se a UGT é fruto da união de vários sindicatos, certamente pode ser apelidada de Intersindical
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