O
panorama político internacional, é, na actualidade, marcado fundamentalmente
pelo reacendimento das tensões entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. A
península coreana, que se encontra dividida num verdadeiro mapa bicolor de
influências desde o final da 2º guerra mundial, faz transparecer, numa escala
reduzida, um cenário idêntico ao da Guerra Fria.
De
forma menos mediática do que o conflito de influências Estados Unidos/URSS, a
tensão ideológica entre o socialismo norte-coreano e o capitalismo do sul,
sente-se naquela parte do globo. A conjuntura, que pouco ou nada tem de
pacífica entre os dois territórios, tem sido agravada desde a chegada de Kim
Jong-Un ao comando da Coreia do Norte, onde o líder se tem encarregado de fazer
uma campanha de ameaças, que, a meu ver, não passa de mais um jogo psicológico
extremista característico da excentricidade política daquele país. É a
utilização do terror como estratégia para conquistar uma expressão
internacional. Como resposta a estes estrategemas políticos, a Coreia do Sul
desfaz-se em embargos orquestrados com os Estados Unidos e os restantes membros
da ONU, e responde também com a fortificação dos laços militares com outro dos
apelidados “inimigos do regime norte-coreano”, completando assim a teia de
bloqueios e impasses que tem vindo a ser tecida desde o fim da Guerra das
Coreias.
A
luta pela hegemonia mundial findou realmente em 1991 com a extinção da URSS.
mas a forma de oposição ideológica que caracterizou o período frio continua a
fazer-se sentir com a situação coreana. Á moda da guerra fria, o socialismo e o
capitalismo coreanos opõem-se desde 1953 numa panóplia de promessas e ameaças
bélicas que não se chegam a cumprir, em tomadas de posição não definitivas, em
discursos assertivos, e em posturas de ódio e repúdio, na corrida ao armamento
nuclear, e em embargos e bloqueios que parecem não abrandar o rumo das coisas.
Apesar de se registarem alguns episódios “quentes” em 1976, com a morte de dois
soldados norte-americanos na zona desmilitarizada do paralelo 38N, que neste
cenário desempenha o papel da cortina de ferro, ou em 2010, com o ataque a um
navio sul coreano por parte de um submarino do norte. Esta é a guerra fria
coreana.
As retóricas estão lá, os conflitos
que não o chegam a ser também. Ainda não se avista um fim para a tensão
coreana, esse, eu acredito que venha lá ao longe com uma certa relutância em
chegar por aquilo que poderá representar para o mundo.
André Cabral
1º
ano, Ciência Política
O
artigo publicado é da exclusiva responsabilidade do seu autor.
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