Na
passada semana o Governo sofreu um grande revés, um golpe por parte do Tribunal
Constitucional do qual o Executivo fez questão de se vitimizar através da
figura de Passos Coelho. Esta decisão não aparenta ser abonatória para o Executivo,
mas até que o é. No meio de tanta austeridade provocada de forma desmedida pelo
mesmo, agora, Passos Coelho, já tem um bode expiatório onde pôr as culpas
quando lhe for apontado que cortou de forma excessiva em determinada área.
Segundo o que consta, o Governo decidiu que a Segurança Social, a Saúde e a
Educação, ainda não tinham sido alvo de cortes suficientes e irá insistir.
Ainda
não percebi bem a linha de raciocínio do Governo PSD/CDS, mas à luz dos factos,
pretende acabar com a população com mais de 67 anos que teima em não morrer e tirar
os jovens das escolas, pois não lhes garante apoios para estudar ou pagar
propinas, obrigando-os a trabalhar… mas esperem lá, também não há trabalho!‼
Porque este executivo conseguiu empurrar Portugal para um abismo de cerca de
19% de desemprego. Depressa assumiremos o formato de uma pirâmide etária jovem
característica de países subdesenvolvidos, categoria que, verdade seja dita, já
estivemos mais longe de pertencer.
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Milhões de euros é o valor reservado para a Educação segundo o Orçamento de
Estado de 2013, cerca de 4% do PIB. Sendo já por si um mísero valor, irá com
certeza ver-se reduzido. É certo e sabido que a educação é o garante do
desenvolvimento dos países e das pessoas, sendo um projecto a médio/longo
prazo. Deveria ser por isso mesmo uma das prioridades do Governo, mas este não
quer tomar consciência de que a falta de investimento no sector, bem como a
falta de desenvolvimento tecnológico, associados aos sucessivos cortes,
empurram alunos sem habilitações para o mercado de trabalho, condenados a uma
vida de miséria e dependentes do Estado Social. Só quem não sabe fazer contas
de somar é que não consegue perceber que isto se torna numa espiral recessiva,
levando à degradação e destruturação do país.
De
cerca de 10 milhões de habitantes, apenas cerca de 35% têm o ensino secundário
completo, comparado com 73.4% da média europeia. Como membros da UE
comprometemo-nos a baixar o nível de abandono escolar para cerca de 10%, mas
actualmente, e segundo a leitura que o Governo nos obriga a fazer, fruto da sua
postura política, esse valor continuará a ser apenas uma miragem. “Reconhece-se
indispensável que todos os portugueses possuam o mínimo de formação que lhes dê
capacidade para as lutas da vida, em que não hão-de ser parasitas nem escravos,
mas úteis a eles mesmos e à colectividade: o que pressupõe e torna legítimo
impor a todos a aquisição de um grau elementar de cultura, como é preceito
constitucional”. A postura política assumida pelo nosso Executivo, assemelha-se
com o “mínimo de formação” defendida pelo Dr. Salazar. Nós já tínhamos virado a
página rumo ao progresso mas a má gestão pública e as elites políticas
remeteram-nos para o retrocesso chefiado pelo nosso Governo que permanece
“orgulhosamente só”.
André Rosa
1º ano, Ciência Política
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