sábado, 6 de abril de 2013

Oh Relvas, Oh Relvas!


Foto: TVI24

A reestruturação que precisamos.


E foi assim que aconteceu, mais um "licenciado" no desemprego.
Miguel Relvas aguentou como um gladiador na arena, rodeado por feras raivosas e uma multidão que as apoia, lutou até morrer. Ai aguentou, aguentou!

O ex-Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares tomou aquela que foi a sua melhor decisão enquanto membro do governo, a demissão. Nestes quase dois anos de governo da maioria PSD/CDS, Relvas sempre foi o "patinho feio", a criança que sofre bullying na escola. Todas as suas movimentações eram seguidas como se de uma presa se tratasse, como não podia deixar de ser.
A pessoa por trás da Reforma da Administração Local, da reestruturação da RTP e da "contratação" não remunerada da pessoa mais indicada, por todo o seu mediatismo e capacidade de inovação, Miguel Gonçalves, para ser a cara do projecto Impulso Jovem, decidiu hoje, por "falta de condições anímicas" - segundo o próprio - abandonar o seu cargo governativo. 
Como dizem muitas das vozes, especialmente da oposição, com quem terei de concordar, esta demissão peca por ser tardia. Apesar das medidas acima referidas (as poucas coisas que realmente de bom fez), o ex-Ministro tem vindo a ser perseguido por polémicas, que em nada ajudam o trabalho do Governo em que este se inseria. Desde cedo a sua licenciatura, concluída em tempo recorde, tem atormentado todo o trabalho levado a cabo pelo mesmo. Como se o facto de ter o diploma sem ter trabalhado para ele não chegasse, Relvas decidiu exercer pressões sobre jornalistas de modo a silenciá-los e ainda colocar a TAP à venda, o que poderia ter sido bom, se realmente tivessem havido interessados em comprá-la (falo em comprar e não "alugar", como demonstrava a proposta do senhor Efromovich), trabalho de divulgação esse que deveria ter sido levado a cabo pelo ex-Ministro.

Considerado por muitos o pior ministro deste Governo (in Económico), é vaiado nas suas intervenções, é estrela da internet, é material humorístico de quase todos os comediantes do país e, por um adepto de ciclismo, encarnado num cartaz.

Foi então esta a reestruturação do Governo que tanto se apregoa? Se sim, parabéns a Pedro Passos Coelho, que com esta demissão (mesmo que "voluntária") volta a dar alguma legitimidade ao governo, dias antes da decisão do Tribunal Constitucional. Brilhante!
 

n.d.r.: este artigo foi escrito antes do anúncio da decisão do Tribunal Constitucional



Tiago Sousa Santos
1º ano, Ciência Política

O artigo publicado é da exclusiva responsabilidade do seu autor.

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